Quando me falam sobre turismo no Nordeste, raramente vejo a Paraíba incluída no roteiro. Quis viajar para lá para saber o porquê.
O resultado é que fiquei tão impressionada, que cogitei morar lá. Há locais em que uma cidade ou praia bonita já fazem a fama de todo estado. Não é o caso da Paraíba, porque tudo nela é maravilhoso.
Da capital às praias do sul, eu amei todas as paradas que fiz. Vou contar aqui a minha experiência nessa viagem e as informações sobre todos os lugares que considero imperdíveis na Paraíba.
Quando ir a Paraíba?
Minha viagem foi em janeiro de 2018 e foi a época perfeita. Entre outubro e janeiro são os meses menos chuvosos, e de alta temporada. Como é um lugar principalmente de praia, considero importante o tempo estar bom ao viajar para poder aproveitar da melhor forma o passeio.
Quantos dias ficar na Paraíba?
Eu fiquei sete dias e considero o tempo mínimo para rodar bem o estado. Para quem pode, recomendo ficar mais por lá para aproveitar com calma todas as praias e belezas da Paraíba.
Como se locomover na Paraíba?
A Paraíba foi mais um lugar em que fiz de carro, assim como a maioria do Nordeste. Como são muitas praias, o carro te dá a liberdade de parar onde quiser e descobrir aqueles paraísos escondidos que fogem do turismo e ninguém te conta.
Eu peguei o carro logo no aeroporto de João Pessoa, mas aluguei antes pela internet. Fiz minha reserva pela Rentalcars, que é um site que mostra os preços das diferentes locadoras para você escolher a melhor opção.
Quando carro não é uma alternativa, você pode utilizar ônibus ou transfer. É tranquilo transitar dentro de João Pessoa de ônibus, também é possível ir de João Pessoa a Conde (a região do sul com as praias mais famosas), a empresa Santa Maria faz o trajeto.
O que fazer na Paraíba?
João Pessoa
Onde ficar em João Pessoa
Indico se hospedar no bairro Tambaú, que é onde se concentra o principal movimento da região. Uma boa opção a nível três estrelas, considerando estrutura e custo benefício, é o Littoral Tambaú Flat. Já uma alternativa com preço similar e ainda bem próxima à feira de artesanato, é o Best Western Hotel Caiçara.
Entre as melhores opções mais baratas, recomendo a Neriah Pousada.
Roteiro em João Pessoa
Eu fiquei quatro dias e contarei os detalhes de cada um deles.
Primeiro dia – Praias, Ponta do Seixas e Feira de Artesanato
Em meu primeiro dia, aproveitei a Praia de Tambaú e a Praia de Cabo Branco. Elas são as mais próximas da maioria dos hotéis e são uma boa escolha para o dia da chegada. O mar é muito verde e a água bem quente, principalmente em janeiro, quando fui.
Por recomendação de uma amiga paraibana, almocei em um restaurante bastante típico. Se trata do Mangai João Pessoa. Gostei tanto que poderia voltar lá todos os dias. O menu deles é criativo e oferece especialidades brasileiras. Além disso, o restaurante conta com uma decoração nordestina e até os garçons usam roupas típicas.
Ao final da tarde, percorri a orla de Cabo Branco de carro até a Ponta do Seixas, o ponto mais oriental do Brasil e de todo continente americano. Olhei o mar e me senti mais perto da África, apesar de saber que horas de avião nos separavam.
Para fechar o dia, à noite caminhei perto do hotel para ver o movimento e entrei na Feirinha de Artesanato de Tambaú. Há bastante diversidade lá de preço e de opções para presentes.
Segundo dia – Centro histórico e Solon de Lucena
No dia seguinte, fui conhecer o centro histórico de João Pessoa e caminhar um pouco pela cidade. Fui de carro, pois não é muito próximo de Tambaú, e estacionei facilmente pela área.
O centro é pequeno e percorri o local em uma hora. Comecei o passeio pela Igreja de São Francisco e subi a ladeira passando pela Casa da Pólvora e pela Praça Antenor Navarro com suas casas coloridas históricas, até chegar ao Hotel Globo.
Este hotel é conhecido por ter hospedado pessoas famosas ao longo dos anos e hoje é um museu. Além disso, de lá se tem a vista panorâmica do Rio Paraíba.
Após conhecer o centro histórico, fui ao Parque da Lagoa – Solon de Lucena. É um parque de formato circular, bem arborizado, com um grande lago em seu centro. Sou uma adoradora de parques e esse lugar me conquistou. Ele possui coqueiros bastante altos, é limpo e frequentado por moradores locais.
Terceiro dia – Piscinas Naturais do Seixas
Em meu terceiro dia em João Pessoa, fui conhecer as Piscinas Naturais do Seixas. A capital da Paraíba conta com duas piscinas naturais. Picãozinho também era uma opção, mas considerei que visitar apenas uma delas era suficiente.
Fiz o passeio de catamarã, que te leva na parte do mar em que ficam as piscinas. O barco fica parado lá por umas três horas, então você tem bastante tempo para nadar, observar os corais e os animais marinhos.
Achei interessante ver o contraste da imensidão do mar com os altos prédios de João Pessoa no horizonte.
É importante reservar esse passeio no dia anterior, pois o horário de saída muda de acordo com a maré, e ainda é passível de lotação. Existem várias empresas que fazem o passeio, você pode encontrá-las em Tambaú mesmo.
Há, inclusive, a opção de fazer mergulho de cilindro ou de alugar máscara e snorkel. Mas se você tiver em casa, ainda melhor.
Quarto dia – Cabedelo
O último dia reservei para conhecer Cabedelo, que é a cidade do litoral ao lado de João Pessoa. Eu fiz bate e volta por ser próximo, mas também é possível se hospedar por lá, há bastantes opções.
Fiz o percurso pela orla e parei umas horas na Praia do Bessa e na Praia Intermares, que ficam no caminho. Eu adorei as duas e as recomendo. Se você tem pouco tempo em João Pessoa, foque nas praias.
Em Cabedelo, também há a Praia Camboinha. Eu não cheguei a conhecer o lugar, mas ele é bem famoso por conter a Ilha de Areia Vermelha, um banco de areia ideal para nadar com peixes coloridos.
Pôr do sol Cabeledo
Saindo da Praia Intermares, dirigi até a Praia do Jacaré. É bem próximo, foram 7 minutos de carro. A Praia do Jacaré é fluvial, pois Cabedelo é uma ponta separada de um lado pelo mar e do outro pelo Rio Paraíba.
O pôr do sol dessa praia é o mais famoso da Paraíba. Ele acontece todas as tardes ao som de bolero no saxofone pelo Jurandy, um músico que repete esse procedimento há quase 20 anos.
Jurandy sobe em uma canoa e toca para as pessoas até o sol baixar, o que transmite uma verdadeira paz a quem assiste, além de uma bela imagem.
Para conseguir admirar o fenômeno da própria orla, é preciso chegar cedo para garantir um lugar na disputada mureta. Não tem areia, então as pessoas ficam na própria calçada.
Mas também há um passeio de barco na região (R$ 45,00 em 2020), que primeiro percorre o rio com apresentação de dançarinos representando Lampião e Maria Bonita, e, ao final, o barco te deixa bem perto da canoa do músico Jurandy e possibilita uma vista privilegiada do pôr do sol.
Além disso, a orla da Praia do Jacaré tem muitos bares, vale a pena aproveitar a noite lá. E outra opção do pôr do sol é apreciá-lo do deck de um desses restaurantes, se você for consumir.
Retornei a João Pessoa já no fim da noite em clima de despedida e apaixonada pela cidade.
Conde
Então chegou o momento de conhecer Conde, no sul da Paraíba. Apenas 30 km separam as cidades. De carro foram 35 minutos, mas, como mencionado anteriormente, também é possível fazer o trajeto de ônibus com a empresa Santa Maria.
Onde ficar em Conde
Conde oferece muitos apartamentos para alugar e pousadas. Eu me hospedei no distrito de Jacumã, que é a região litoral de Conde mais movimentada e com bons restaurantes. Uma boa opção lá é o Oyo Hotel Viking. Já como alternativa mais barata há a Suítes Carapibus. Também existem hospedagens em todas as praias, para quem quer ter outra experiência.
Roteiro em Conde
Eu fiquei três dias completos em Conde, mas poderiam ser três meses. Todas as 7 praias de lá são encantadoras.
Primeiro dia – Praia do Amor, Praia Carapibus e Praia de Tabatinga
Eu comecei o passeio pela Praia do Amor. O mar é de um verde bem claro e, ao final dela, há a Pedra Furada, uma rocha com um furo no meio muito querida pelos turistas por render boas fotos.
Como há muitas pedras por lá, fiquei um pouco apenas para conhecer e fui para a próxima parada descendo pelo estado, a Praia Carapibus.
Ao redor desta praia ficam muitos hotéis da região. Por isso, ela é a mais movimentada, com muitas barracas e turistas. Isso é compreensível já que a Praia Carapibus oferece um raro cenário. Ela possui corais, falésias, e areia bem branca. Tudo isso se soma ao mar transparente e encanta quem visita o lugar.
Seguindo o litoral de carro, fui até a Praia de Tabatinga, a última que visitei neste dia e, sem dúvida, minha preferida. Como sou uma apaixonada por vistas panorâmicas, não poderia ser diferente.
A Praia de Tabatinga tem um mirante em que você pode apreciar o quase encontro do rio com o mar, apenas separados por uma fina faixa de areia.
O mar de lá é bem calmo pois a praia é cercada de recifes. Ela também contém falésias ao redor e muitos coqueiros. É realmente linda, eu fiquei enlouquecida de animação naquele lugar.
Caminhei bastante pela areia e fiquei até o fim do dia nessa praia, depois retornei ao hotel para descansar.
Segundo dia – Passeio de buggy por Conde
No dia seguinte, fechei o passeio completo de buggy. Foi 250 reais em janeiro de 2018. Como eu estava em um grupo de três pessoas, não saiu tão caro, pois o preço é pelo veículo, não pelo número de pessoas. Ele passa pelas praias de Conde e te leva a lugares difíceis de acessar de carro.
Além disso, o motorista vai a mirantes escondidos e você tem a oportunidade de apreciar toda a beleza da Paraíba do alto. Esse é um passeio que recomendo demais, considero imperdível, um dos melhores de buggy que já fiz no Nordeste.
É um tour de dia inteiro, o motorista costuma te buscar às 8:00 em seu hotel e retorna em torno das 16:00.
Como foi o passeio de buggy?
Saindo de Jacumã, nossa primeira parada foi a Praia do Amor. Como já tínhamos a conhecido no dia anterior, ficamos pouco tempo lá, apenas para tirar umas fotos. Depois fomos para a Praia do Gramame.
A característica dela é ter uma faixa de areia comprida. O mar é calmo e há estrutura com barracas. Tomamos um banho de mar e fomos para a próxima parada, o buggy seguindo por estradas e praias.
Eu nem sabia que este lugar existia, mas paramos no pico Castelo da Princesa. Você é presenteado com a vista de falésias em diferentes formatos, e o mar ao fundo completa a paisagem.
Depois fomos à Praia de Tambaba, mais uma encantadora da Paraíba. Há uma divisão ao lado direito da praia que separa a área comum da que se pratica nudismo e, para ir até lá, é obrigatório ficar completamente sem roupa. Mergulhar no mar como se veio ao mundo só não é melhor do que queijo com batata.
A próxima atração foi o Mirante Dedo de Deus, o lugar que se tornou minha paixão na Paraíba. Ele é bem amplo e você admira a Praia de Coqueirinho do alto de diferentes ângulos. Como o nome indica, essa praia é repleta de coqueiros altos, falésias e o mar verde da Paraíba. Essa parada é imperdível em Conde.
Então descemos para mergulhar em Coqueirinhos e ter o último gostinho de mar do dia.
Terceiro dia – Praia Bela
Em meu último dia na Paraíba, desci mais ao sul para conhecer a Praia Bela. Achei esse um dos passeios mais legais, e fiquei o dia todo nessa praia. Ela não é tão famosa porque não pertence a Conde, e sim a Pitimbu, próximo da fronteira com Pernambuco.
A Praia Bela, assim como a Tabatinga, tem uma fina faixa de areia que separa o mar do rio, dessa vez o Rio Macatu. A diferença é que á área fluvial da Praia Bela é bem mais extensa. Assim que você chega no local, vê os restaurantes que ficam um ao lado do outro na beira do rio.
Para atravessar até a faixa de areia que separa o mar do rio, você pega uma balsa que te leva rapidamente até lá. Você pode ficar o dia todo nessa área, mesmo para almoçar, porque os garçons fazem a travessia e levam a comida até você.
Outro diferencial da Praia Bela é a opção de alugar caiaque e explorar a região.
A Paraíba me conquistou, assim como outros destinos nordestinos. Confira também sobre os Lençóis Maranhenses, o melhor de Pernambuco e o que fazer no sul da Bahia.
Adorei as suas dicas, acabo de retornar de João Pessoa e seu post me ajudou muito, abraços 💙