Eu sempre quis fazer a trilha do Morro da Babilônia, mas esperava aparecer uma boa oportunidade e não queria ir sozinha.
Temos muitas trilhas maravilhosas no Rio e, apesar de bem famosa, muita gente nunca fez essa.
Finalmente, em abril de 2023, fiz essa trilha completa e vou contar tudo para você sobre ela: se é segura, como é o trajeto, se é difícil, enfim, todas as dicas que você precisa para programar o seu passeio.
Onde fica a trilha do Morro da Babilônia?
Primeiramente, essa trilha fica no Morro da Babilônia, que tem entrada pelo Leme. Para quem vai de metrô, precisa saltar na primeira estação de Copacabana, a Cardeal Arcoverde, e ir andando pela praia até a metade do Leme, mais ou menos.
Depois disso, é só entrar no bairro e seguir até o topo do Morro da Babilônia. Se você ficar em dúvida, é só colocar no Maps e seguir o caminho. O início da trilha é bem lá em cima, perto de onde acaba a rua.
Você não encontra placa de sinalização, mas os próprios moradores podem orientar você de onde seguir nesse início.
É seguro fazer a trilha?
Eu achei a trilha bem tranquila, mas só indico fazê-la com guia. Eu já tinha lido isso em alguns blogs e concordo com eles.
Como a trilha começa em uma comunidade não tão tranquila e todo o seu percurso é em volta dela, você nunca sabe se pode passar por alguma situação de perigo. Como os guias são os próprios moradores, eles vão saber te orientar se algo acontecer.
Eu conheço muitas pessoas que já fizeram essa trilha sozinhas e não tiveram nenhum problema. Mas nunca se sabe.
Além disso, não tem placas e setas durante a trilha. Por isso, tem uma chance razoável de você se perder fazendo a trilha sem guia, a não ser que você vá com alguém que conheça bem o local.
Eu indico você procurar o projeto Amastour Favelas, lá eles tem guias credenciados que conhecem perfeitamente os caminhos e as histórias do lugar. Você pode agendar com antecedência para fazer o percurso. Ou, se for aos finais de semana, é só chegar lá porque sempre tem algum guia no início da comunidade para levar os grupos que chegam.
O valor com guia é em torno de R$40,00 por pessoa quando você vai em grupo. Já sozinho, é cerca de R$50,00.
Apenas para reforçar, eu achei a trilha bem segura e com certeza faria de novo.
Qual é o nível de dificuldade e quanto tempo ela dura?
Eu considero essa trilha com nível de dificuldade moderado. O início dela é a parte mais cansativa, em que você sobe diversos degraus ainda dentro do Morro da Babilônia para chegar ao parque e começar, de fato, a trilha.
Porém, depois desse início, ela é relativamente plana e você não cansa tanto. Vale comentar que é um percurso de cerca de 3 horas, contando com o tempo que você fica em cada mirante.
Por isso, apesar de ser relativamente plana, a trilha também é um pouco cansativa.
Mesmo assim, um ponto muito positivo dela é que a caminhada é quase o tempo todo na sombra, o que faz toda a diferença. Eu achei um caminho tranquilo de fazer e com certeza recomendo, porque as vistas são bem bonitas.
Conheça os 7 mirantes no caminho
Eu não fazia ideia de que tinham 7 mirantes na trilha do Morro da Babilônia. E essa foi mais uma grata surpresa que encontrei no caminho.
Logo no início, você chega no Mirante de Copacabana, que já oferece uma vista boa da Zona Sul do Rio. Logo depois, vem o Mirante da Enseada de Botafogo, um dos meus preferidos. Esse realmente tem uma vista sensacional e bastante ampla. Você pode admirar desde os barquinhos na Praia de Botafogo até o aeroporto, a Baía de Guanabara e a cidade de Niterói.
O terceiro mirante do caminho é o Mirante Rio Sul, em que você enxerga o prédio comercial Rio Sul e boa parte dos bairros de Botafogo e Copacabana.
Uma curiosidade dessa trilha é que ela também é histórica porque foi muito aproveitada pelo Exército na época da Segunda Guerra Mundial. Os guias também contam as histórias relacionadas a isso durante o percurso.
Mas seguindo a caminhada, o quarto mirante é o Mirante do Telégrafo, mais um com uma vista maravilhosa da cidade. Nesse ponto também ficam ruínas de uma fortaleza utilizada pelo exército. Ali foi construído o primeiro telégrafo com objetivo de sinalização do Brasil, o que é bastante interessante. Por isso o nome do mirante.
Continuando a trilha, você passa pelo Mirante do Caminho do Meio, em que vê, principalmente, as praias do Leme e de Copacabana. Esse já fica mais para o final do percurso, quando você está se encaminhando para o final da trilha.
E o sexto é o Mirante do Urubu, o mais próximo do ponto final e mais esperado da trilha: o Mirante da Praia Vermelha.
Esse é aquele em que você observa bem o Bondinho e a Praia Vermelha. E o mais legal é ver os aviões passando baixinho pelos lugares tão lindos do nosso RJ.
Dicas de outras trilhas no RJ
Se você gosta de fazer trilhas no Rio de Janeiro, vai ficar feliz em saber que temos mais de 300 na Cidade Maravilhosa. E eu não estou exagerando.
Temos duas florestas urbanas gigantes em meio à cidade, que estão entre as maiores do mundo. Ou seja, é bastante Mata Atlântica. Isso nos proporciona muitas trilhas, mirantes e áreas preservadas.
Eu recomendo a você fazer a trilha do Pico da Tijuca e tenho um artigo completo sobre ela mostrando os detalhes da caminhada.
Além disso, outras bastante tradicionais na cidade são as trilhas da Pedra da Gávea, da Pedra Bonita, do Morro Dois Irmãos e do Morro da Urca.
Mas se você quiser se aventurar em trilhas menos usuais e maravilhosas, conheça as opções da cidade vizinha e aproveite porque mostro 21 trilhas em Niterói com muitos detalhes.
Moro em Terê há 15 anos. E, apesar da idade (72!) ainda faço, vez ou outra, ótimas trilhas por aqui: Papudo, Dois Bicos, Mulher de Pedra, Torres de Bonsucesso, Elefante, Caixa de Fósforo, Camelo, Tartaruga … é uma festa para o montanhista.
Muito bom, Jean! Terê tem trilhas incríveis, eu amo!