Alter do Chão é um dos destinos mais procurados do estado do Pará. Porque a vila é presenteada com uma natureza tão rica e diversificada que o desafio é não se surpreender e encantar.
O turismo na região cresceu bastante nos últimos anos, fazendo Alter entrar nas listas dos lugares mais bonitos do Brasil. Fui a Alter em março e será a experiência que eu vou contar, focando no que fazer em Alter do Chão na época da cheia.
Onde ficar em Alter do Chão
A vila é pequena, mas bastante turística. Assim, há diversas pousadas e hotéis. Eu me hospedei na Pousada do Mingote, bem próxima da Ilha do Amor e do centro. A maioria dos guias de Alter ficam em frente à Ilha do Amor. Por isso, é interessante se hospedar por ali para ter facilidade na contratação dos passeios.
Outra opção bem avaliada é a Pousada Alterosa. Alter também oferece como alternativa barata o Redário Eccomuna, que é bem localizado e tem boa estrutura.
O que fazer em Alter do Chão na cheia
Alter é um lugar que muda completamente a paisagem se você for no verão ou no inverno. Na seca, aparecem dezenas de praias fluviais. Sem ondas e com água clara, elas são perfeitas para relaxar bastante e apreciar a tranquilidade do lugar.
Já na época da cheia, as praias dão lugar a florestas alagadas, um cenário ainda mais diferente e interessante de observar. Além disso, muitas das praias continuam vivas, apesar de apresentarem uma faixa bem menor de areia.
Praia do Amor
A Praia do Amor é o cartão postal de Alter. Ela fica bem em frente à vila e é o principal atrativo da região. Como esta praia é grande, dificilmente fica completamente submersa. Por isso, geralmente é possível visitá-la na seca ou na cheia.
O lugar é uma faixa de areia em que de um lado se encontra o rio Tapajós e do outro o lago Verde. Além disso, as canoas pela praia a deixam ainda mais charmosa.
Para os apaixonados por caminhadas, no final da praia há a trilha da Serra da Piraoca. Do cume, é possível avistar tanto a Praia do Amor quanto outras paisagens de Alter. Assim, é a oportunidade de apreciar o caribe amazônico de outro ângulo.
Lago Verde e Floresta Encantada
Na cheia, os igarapés da região se transformam em uma floresta inundada, popularmente conhecida na região como “floresta encantada”.
O passeio costuma começar com uma volta pelo Lago Verde. Ao se aproximar da floresta, o barco é substituído por uma canoa, para que seja possível passar entre as árvores submersas e apreciar cada detalhe.
É um desafio tentar descrever o lugar. Para mim, um dos mais lindos que já tive a oportunidade de conhecer. Parte da vegetação fica fora d’água e parte submersa.
Além disso, o reflexo do sol no lago forma um espelho que deixa a paisagem ainda mais impressionante. Em meio aos gritos dos pássaros, o som do remo na água completa a paz da floresta.
Esse fenômeno só é possível na cheia, pois é quando o nível do lago sobe e inunda a vegetação.
Canal do Jari e Ponta do Cururu
Para quem gosta de ver muitos animais, o Canal do Jari é o passeio perfeito. E também mais um local ideal para quem busca saber o que fazer em Alter do Chão na época da cheia.
Nele há o encontro do rio Tapajós com o Amazonas, o que já é um fenômeno a ser observado já que a expressiva diferença das águas faz com que elas não se misturem. Além disso, essa característica torna o lugar rico e perfeito para os animais se abrigarem.
Ao entrar no canal, você passa por comunidades ribeirinhas e o guia conta sobre a história delas. As casas são feitas sobre uma estrutura de madeira para que não fiquem submersas na época da cheia.
A primeira casa que parei foi a da Dulce de Oliveira. Ela me mostrou uma coluna com vários riscos indicando o nível que a água chegou em cada ano. Isso impressiona.
A Dulce possui um jardim de vitórias-régias que, além de encantador, fica rodeado de pássaros. Sua moradia é uma das atrações turísticas do lugar.
Os animais do Canal de Jari
Continuando o passeio pelo canal, já é possível avistar muitos animais. São dezenas de jacarés, gaviões e até o boto, famoso na região.
A próxima parada foi para fazer a Trilha das Preguiças. Como no local as árvores são bem preservadas e altas, o lugar se tornou o refúgio de centenas de animais. Na cheia, passeei por lá em uma canoa para conseguir ingressar bem dentro da floresta.
A vegetação inundada já é linda. No canal, isso se soma à variedade expressiva de animais. São macacos, preguiças, enormes pássaros, cobras.
Passamos por jiboias acasalando. O guia do sítio nos contou que elas se relacionam em grupo e depois matam o macho. Eu não sei se a história é verídica ou uma lenda do lugar, mas simpatizei bastante com as jiboias.
Ponta do Cururu
Saindo do Canal do Jari, em retorno a Alter do Chão, paramos para almoçar na praia Ponta das Pedra, porque é uma das com mais estrutura da região. Além disso, ela possui ampla faixa de areia mesmo na cheia.
Ao final da tarde, nós fomos à Ponta do Cururu. Trata-se de uma praia com um filete de areia na ponta que torna o local perfeito para apreciar o pôr do sol. O lugar é muito famoso em Alter.
Além do espetáculo que o sol me proporcionou, ainda havia muitos botos pela região. Assim, finalmente descobri que o boto rosa existe. E ele é maravilhoso.
Leia também sobre o que fazer no Pará e meu roteiro de 4 dias em Belém.
Vivendo e aprendendo com as jiboias! Hahaha