A Travessia Tupinambá é uma das melhores trilhas para se fazer em Niterói. Ela ainda é pouco conhecida, sendo mais frequentada pelos moradores locais.
Eu sou apaixonada por essa trilha e já fiz a travessia mais de cinco vezes. Você se sente realmente no meio da floresta e em contato muito próximo com a natureza.
Assim, para que você também tenha essa experiência, vou explicar exatamente o que é a Travessia Tupinambá, onde ela fica, e como fazê-la.
O que é a travessia Tupinambá?
Você deve estar se perguntando por qual motivo essa trilha é chamada de travessia. Isso se deve ao fato de ela ter diferentes pontos de início e chegada.
A caminhada começa em São Francisco e a sua chegada é no bairro Jardim Imbuí, bem próximo à Lagoa de Piratininga.
Assim, você atravessa vários morros do PARNIT, o Parque Natural Municipal de Niterói, e muda de bairro, fazendo, de fato, uma travessia.
Onde ela fica?
A Travessia Tupinambá fica em Niterói, no bairro de São Francisco. Oficialmente, ela começa na Praça Dom Orione. Porém, eu costumo iniciar a trilha do Parque da Cidade. Isso economiza, aproximadamente, 50 minutos de caminhada.
Quando chegar ao Parque da Cidade, basta ir para a rampa de voo e a trilha estará à esquerda. Há uma placa sinalizando que as travessias começam por ali. Mas, se você tiver dúvidas, pode perguntar a algum funcionário do parque porque ele saberá te ajudar.
Qual é o nível de dificuldade da travessia Tupinambá?
Essa é uma trilha de nível intermediário. A maior parte da caminhada é em terreno plano, sem que você fique muito cansado.
Porém, a trilha é longa com, aproximadamente, 3 horas. Por isso, mesmo que ela não seja tão puxada, com poucas subidas íngremes, dá para suar bastante.
Outro fator que contribui para isso é o sol forte nos mirantes. Nesses pontos, não há sombra. Assim, você fica com bastante calor.
Aproveito para já dar a dica de levar protetor solar e um boné. A trilha é fechada, mas os mirantes são bem abertos.
Em quanto tempo se completa a travessia?
Se você começar a caminhada do Parque da Cidade, então poderá completá-la em 2:30h/3:00h. Isso já contando com o tempo que você fica em cada mirante.
Porém, caso prefira iniciar a trilha da Praça Dom Orione, o percurso é mais longo e será completado entre 3:30h/4:00h.
São 6 km que separam São Francisco e o Jardim Imbuí, em um caminho muito bonito e agradável.
Quais são os mirantes pelo caminho?
Essa travessia está sempre em constante mudança. O PARNIT contém um grupo de voluntários muito ativo que faz a manutenção das trilhas do parque. Por isso, novos mirantes e pontos de observação são adicionados vez ou outra.
Mesmo assim, há três mirantes que você, com certeza, irá encontrar: o Mirante da Quebrada, o Mirante da Tapera e o Mirante Cunhambebe.
O primeiro mirante da trilha é o Mirante da Quebrada, logo nos primeiros 15 minutos de caminhada. O mato é bastante alto por ali. Então, a vista não é muito privilegiada. Mesmo assim, vale a pena passar lá.
Em seguida, você encontrará outros observatórios pelo caminho. O Mirante dos Tamoios e o Mirante Aimberê são alguns exemplos. Porém, nem sempre eles estão liberados para a visita. Por isso, caso veja seta para esses locais, fique atento à trilha e às demarcações para verificar se os mirantes estão acessíveis.
Por fim, já ao final da caminhada, você encontra o Mirante da Tapera e o Mirante Cunhambebe, bem próximos um do outro. Essa é a vista mais bonita da travessia.
Aproveite para ler sobre o que fazer em Niterói.
Como fazer essa travessia pelo PARNIT?
Eu vou explicar como fazer a travessia desde a praça Dom Orione. Mas, como já comentei, eu sempre começo do Parque da Cidade.
Saindo da praça, você segue as placas para o Parque da Cidade. Nesse começo, é o mesmo caminho de carro ou a pé. Durante a subida, em uma das primeiras curvas à esquerda, você encontrará uma placa mostrando o início da Trilha dos Blocos. Ela é uma alternativa ao caminho de carro pela rua e dura em torno de 20 minutos.
Eu confesso que não sou muito fã dessa trilha porque ela tem muitas abelhas e é meio fechada. É por isso que costumo começar a trilha apenas do alto do parque. Porém, se você quiser fazê-la completa e preferir não passar pela Trilha dos Blocos, ainda pode fazer o percurso pela rua, assim como fazem os carros. A Trilha dos Blocos é apenas uma passagem para encurtar o caminho e seu final é já perto da entrada do Parque da Cidade.
Do Parque da Cidade em diante
Bom, seguindo o percurso, você sobe o parque e se direciona para a rampa de voo, aquela com vista para a Baía de Guanabara e boa parte de Niterói e do Rio de Janeiro. À esquerda, há um caminho para começar a travessia. Não se preocupe porque tem uma placa ali sinalizando o caminho.
Então, basta você seguir a trilha prestando sempre atenção às sinalizações que mostram os locais que não devem ser ultrapassados. Em uns 15 minutos você encontrará uma bifurcação com uma placa mostrando o Mirante da Quebrada à esquerda. Você pode ir lá e retornar para a trilha, o desvio será muito rápido.
Em mais uns 15 minutos de caminhada você chegará ao Recanto do Ziki. Lá é bem aberto e tem banco se você quiser descansar.
Continuando o percurso, em mais uns 10 minutos você encontra a placa do Mirante do Tamoio. Como eu citei anteriormente, nem sempre ele está aberto para a visitação, depende da condição do solo para não ter risco de escorregar. Quando chove muito, pode ficar perigoso por ali. Mesmo assim, vale a pena você fazer o desvio para verificar se o mirante está acessível.
Final do percurso
Seguindo o caminho, em mais uns 30 minutos você encontra a placa do Mirante da Tapera. Desse ponto em diante, você encontrará tanto o Mirante da Tapera quanto o Mirante do Cunhambebe, mas a entrada deles não é sinalizada. Eu vou deixar uma foto de cada um aqui para você saber reconhecer a vista de cada ponto.
Retornando à placa, você segue a direção do bairro Jardim Imbuí, em Piratininga. É lá que termina a trilha, uns 20 minutos depois de sair dos últimos mirantes.
Esse finalzinho é uma descida íngreme e escorregadia. Então, tenha cuidado nessa parte para não se ralar, principalmente se tiver chovido recentemente. De qualquer forma, você pode se apoiar nas árvores , o que ajuda bastante a manter o equilíbrio.
Veja também outras 21 trilhas em Niterói e como fazer cada uma delas.
Postagem bem escrita, porém gostaria de compartilhar a minha experiência pois fui fazer essa trilha mês passado e por pouco não fui assaltada, tive que fazer o caminho de volta correndo. Na volta encontrei um morador da área que alertou sobre os perigos da trilha (assalto, estupro, até assassinato) que já haviam ocorrido na trilha e que de vez em quando ainda acontecem. Isso acontece pela trilha passar por cima de 3 comunidades diferentes (de charitas e piratininga) e que frequentemente quando acontece
operações policiais os criminosos logo fogem pra se esconder nas áreas da trilha.
Fico confusa por encontrar tantas matérias falando sobre a trilha mas quase nenhuma alertando sobre esses perigos.